Agora é a vez de mostrar alguns trabalhos da “Escrita malcomportada” em Valença. De novo a oficina “dos sons nascem histórias”. Os participantes são convidados a escrever uma história a partir de um trecho sonoro um pouco abstracto. Foram propostas duas faixas sonoras que convocaram imagens e situações interpretadas consoante a vivência de cada um. A Débora chamou a este exercício “texto auditivo” ... bom título. Vejamos então alguns exemplos escritos a partir do escutado:
Faixa 1 – Versão do Pedro
Certo dia, uma mulher foi convidada a ir à festa na casa de um amigo. Foi a pé e quando ali chegou, ao abrir-se a porta, ouviu muita gente a conversar. Cumprimentou com um beijo um homem e reparou que muita gente se riu. Afinal era o seu marido, que lhe tinha feito uma surpresa. Saíram os dois, fechou-se a porta e juntos caminharam no meio do trânsito até chegarem a casa.
Faixa 1 – Versão da Diana
Era uma vez um homem que entrou num bar com muita gente. Depois de observar atentamente o ambiente que o rodeava, decidiu juntar-se a uma mesa de apostas, onde estava uma mulher muito animada. Os dois ficaram amigos e decidiram ir para um local mais reservado e íntimo: foram para um quarto de motel. A mulher continuava a rir-se muito, porque o homem começou a contar anedotas. De seguida, saíram do quarto e entraram numa carruagem do eléctrico com destino à praia. Chagados à beira-mar, o homem e a mulher de mãos dadas deram um mergulho no mar repleto de paixão.
Faixa 1 – Versão da Patrícia
Era uma vez uma mulher chamada Alberta. Como ela era muito vaidosa, andava sempre de tacões! Já era hora de jantar e como tinha fome, desceu as escadas, foi ao frigorífico e abriu uma lata de azeitonas. No final do dia, o marido tendo-se esquecido das chaves, quando chegou a casa, tocou à campainha e ela foi abrir a porta. Começaram a falar e decidiram ir ver um filme. Eles estavam muito felizes e beijaram-se. Para comemorar esse momento, o marido abriu uma garrafa de champanhe e beberam. A mulher tinha bebido muito e não parava de rir. Decidiram sair, fecharam a porta de casa e foram para o carro. Depois de algumas horas de viagem, a mulher teve vontade de ir à casa de banho e disse ao marido para parar. O marido parou numa estação de serviço e ficou à espera. Por fim, sentiu o autoclismo e esse era o sinal de que a sua aventura ia continuar…
Faixa 2 – Versão da Patrícia
Era uma vez um lago com rãs. Esse lago situava-se à beira da linha do comboio e era um sítio lindo e maravilhoso, onde havia pássaros e abelhas.
À beira desse lago, estavam dois jovens apaixonados a namorar. Nessa altura do ano, no lago, havia uma festa muito animada em que se realizava uma procissão e havia uma orquestra a tocar. Então, os dois jovens decidiram juntar-se às outras pessoas e participarem nessa procissão. Seguidamente, começou uma orquestra a tocar e os dois jovens ficaram a assistir ao concerto. Quando a orquestra terminou, as pessoas bateram palmas, porque gostaram muito da actuação. Como eles gostavam muito um do outro, nesse momento de grande paixão, decidiram casar-se. Mais tarde casaram-se ao som dos violinos.
Faixa 2 – Versão da Débora
Há muitos, muitos anos atrás, havia uma bruxa muito má que transformou um príncipe em Peixe. Este feitiço só podia ser quebrado, se este recebesse um beijo de uma linda princesa.
Certo dia, andando o príncipe-peixe a passear no oceano, viu que uma princesa corria perigo.
Para salvar a princesa, o peixe comeu uma alga que tinha veneno. Depois cuspiu-a.
Então a princesa deu-lhe um beijo por ele ter comido a alga que ela ia comer e assim lhe ter salvo a vida. Depois desse beijo ele transformou-se num belo príncipe, tendo-se quebrado o feitiço da bruxa má. Passado um tempo ele pediu a princesa em casamento.
Faixa 2 – Versão da Diana
Era uma vez um sapo que andava à procura de insectos à beira da linha do comboio, quando viu uma rã bem bonita. Ele tentou impressionar a rã a todo o custo. Depois de várias tentativas, eles ficaram tão amigos que, pouco tempo depois, essa amizade se transformou em amor.
Casaram felizes e contentes para todo o sempre.
Gosto disto.
ResponderEliminarA ideia de criar um texto através de vários sons é genial e alimenta muito a criatividade.
Boa!
E os miúdos reagiram bem!
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